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Projeto Sorridente

A Odontologia na Comunidade na Aldeia Tekoá Porã, do curso de Odontologia da Faculdade Sudoeste Paulista (FSP/Avaré/SP) objetiva, além de possibilitar a formação integral do aluno, fomentar a relação dialógica e construtiva com foco em uma Odontologia efetivamente viável e funcional, para todos. As Diretrizes Curriculares Nacionais, no que tange à abordagem de conteúdos pertinentes ao ensino de história e cultura indígena, possibilitam que o futuro odontólogo adquira competência cultural, transcendendo os limites de um modelo assistencialista com foco no individuo, privilegiando a prevenção com o olhar voltado à coletividade, respeitando e valorizando os aspectos sociais e culturais destes povos, o que justifica este projeto. Assim, este projeto desvela a interação entre Faculdade e Aldeia, apontando a importância da troca cultural, da formação integral e do olhar para o todo.   

Responsáveis pelo Projeto:

             Profa Dra Eduarda G. Corrêa

             Coordenadora do Curso de Odontologia

             Profa Dra Adriana Piccinin

             Coordenadora de Extensão

             E professores : 

             Dra Luciene Patrici Papa

             Dr Vinicius Humberto Nunes

             Secretaria de Turismo e Cultura de Itaporanga 

             Faculdade FSP de Avaré

             Aldeia Tekoá Porã

Manifesto Indígena 2018

Mais pajés, mais Céu, mais espíritos, mais floresta, mais vida. Menos ódio. Menos intolerância. Menos racismo. Precisamos superar a impossibilidade de conviver em igualdade nas nossas diferenças, e passar a partilhar o mundo com outros seres vivos, outros viventes, viver e se olhar e se reconhecer no olhar do outro, com reciprocidade, com respeito aos humanos e respeito também aos não-humanos, uns ao lado dos outros, vivendo juntos em nossas diferenças. Existe apenas um planeta, e todos podemos viver nele, livres do peso do racismo e do sexismo. Existem muitos mundos que convivem nas diferentes formas de habitar este planeta. Durante muitos séculos, os pajés equilibram a vida na Terra. Com seus cantos, rezas, curas e sabedoria, massageiam o Planeta proferindo lindas palavras, as mais belas palavras sagradas. São médicas e médicos, rezadoras e rezadores, curandeiras e curandeiros, sabedores do mundo, com suas próprias ciências e sua filosofia.

Hoje atravessamos muitas crises, ecológica, econômica, política, a nossa frágil democracia foi atacada e os territórios indígenas estão sendo invadidos e saqueados. Junto com o ferro e o fogo, vem a conversão racista. Trocam as rezas pela bíblia e as medicinas por aspirinas. Epidemias de depressão provocam os maiores índices de suicídio do mundo manchando de sangue as lindas florestas do Brasil.

Os espíritos da floresta estão bravos, pedindo socorro, pois cada árvore derrubada, cada rio contaminado, faz com que desapareçam. Assim disse um sábio pajé, a floresta é um portal cristalino, e todos nós humanos precisamos dela. Se acabar a floresta, também acabará nosso espírito. Os pajés precisam existir, e para existir, precisam ser respeitados. Antes que seja tarde demais, que o mundo esteja esvaziado de espiritualidade e o Céu caia sobre nossas cabeças!
Basta de etnocídio! Mais pajés! Menos intolerâncias!

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